Imagem: Lonely Gute Nacht GIF By Michelle Porucznik
(suspiro profundo)
Já fazia um tempo que eu pensava em colocar umas ideias pra fora. Isso porque são muitas ideias aqui dentro. Primeiro pensei em comprar um diário, mas aí me senti com 14 anos e talvez essa não fosse a forma mais adequada para o meu eu de hoje.
Mas espera aí. Isso aqui é um diário?
Não. Não! Pelo amor de Deus. Eu não tenho muita paciência para acompanhar a vida dos outros que dirá compartilhar a minha.
Mas tem muita coisa que penso comigo mesma e por que não? Por que não? Por muitos motivos, oras. Não comecei várias vezes.
Começo falando de mim? Começo falando do que isso se trata? Começo já com um tema, direto ao ponto? Mas eu tenho um objetivo com isso? Eu quero (devo, posso) entregar alguma coisa específica pra alguém? Quem? Isso é um compromisso? E assim… ad eternum.
Acontece que são tantas as possibilidades que eu… não sei.
Então tá, vou só criar uma conta, ler e assinar umas publicações e daí eu penso se tenho uma pra chamar de minha.
Primeiro passo: a BIO. Já empaquei aí, na primeira.
A sequência na cabeça foi mais ou menos assim: Como eu me defino? Tenho uma única definição? E se eu me definir, não posso mais ser outra coisa? Eu vou ficar mudando de Bio? E eu por acaso tenho ideia de quem eu sou? Talvez seja isso: tem alguma coisa que me define perto da essência, que não seja minha profissão, meu status social, minhas posses, meu papel na família…? Cansativo, gente.
Levei semanas nisso e cheguei aqui: Sou uma pessoa tentando voltar pra casa.
O que isso significa? Vamos deixar pra elaborar em outro post.
Mas é por isso. Por pensar demais que resolvi escrever. E por gostar de ler. E por me dar a oportunidade de começar.
Começar
Já comecei muita coisa na teoria e elas não viram a cor do céu. A gente passa muito tempo pensando no que poderia ser, e se não for como poderia ser, na frustração de descobrir que não era bem aquilo que queria, no quão vulnerável estaremos perante essa novidade, na paciência necessária para as coisas irem pro seu lugar, no respeito pra consigo mesmo quando der errado, na voz irritante na cabeça julgando cada passo dado.
Engraçado, porque dessas tantas coisas abandonadas pelo caminho, tem umas que vira e mexe (adoro essa expressão, de onde será que vem?) voltam. E você volta à estaca zero. Acredito que aquilo que fica te martelando tem uma razão de ser. É uma batida na porta que precisa ser atendida.
Faço muitas listas: coisas que quero fazer, livros que quero ler, restaurantes e lugares que quero conhecer. Com o tempo me dei conta que tanta lista me deixava ansiosa. Eu mesma me colocava numa situação de estar devendo pra mim mesma.
Muito Vani de Os Normais.
E olha a pegadinha: essas listas sempre aumentavam e aí ficava difícil decidir qual era a prioridade. E com a lista desse tamanho não sabia se ia chegar ao fim. Melhor nem começar.
So-corro
Pois bem. Melhor parar com as listas (menos a de livros).
Abrir espaço pra alguma espontaneidade, e algumas surpresas.